Você deve se lembrar que lá pro finalzinho de 2010, quando anunciaram que uma série televisiva sobre zumbis estava por vir, muita gente ficou ansiosa pra ver o negócio. A curiosidade sobre The Walking Dead, me levou à descoberta da sensacional graphic novel homônima, de Robert Kirkman.
Sou um leitor casual de histórias em quadrinhos. Após um tempo apreciando alguns materiais da Marvel (The Amazing Spider Man principalmente), eu já estava em busca de algo diferente, mais adulto. Como entusiasta de qualquer coisa que envolva zumbis — existe alguém que não é? Ok, existe sim —, deixei meus super-heróis e "mergulhei" no mundo pós-apocalíptico de The Walking Dead. E olha, caro leitor, não me arrependo nem um pouco de ter feito isso!
Como aqui no Japão não vendem as revistas físicas,
fiquei com as digitais mesmo - valeu piratebay!
Devorei umas 70 edições dos quadrinhos (e ainda acompanho) antes mesmo do episódio piloto da série ir ao ar. Não sei se isso foi um boa escolha, já que adaptações normalmente não agradam os fãs do material original. Isso acontece direto com filmes baseados em livros, quadrinhos, jogos ou até remakes. Salvo inúmeras exceções, claro.
Aliás, produzir filmes inspirados em jogos que marcaram a nossa infância deveria ser tido como crime. De cabeça eu consigo citar algumas porcarias como Street Fighter: A Última Batalha, Street Fighter: A Lenda de Chun-Li (Este aqui está na lista dos piores que eu já assisti em toda a minha vida), Alone in The Dark e Super Mario Bros (Sim, existe um filme sobre os irmãos encanadores e é uma merda).
Voltando ao assunto: Faz pouco tempo que a segunda temporada de The Walking Dead acabou. A seguir, você se deparará (essa conjugação do verbo "deparar" soa engraçado) com uma espécie de análise, misturada com uma retrospectiva do que aconteceu nessas duas temporadas da aclamada e promissora série televisiva da AMC. Acabei de notar que "retrospectiva do que aconteceu" é pleonasmo. Enfim, ignore isso e continue lendo.
Aliás, produzir filmes inspirados em jogos que marcaram a nossa infância deveria ser tido como crime. De cabeça eu consigo citar algumas porcarias como Street Fighter: A Última Batalha, Street Fighter: A Lenda de Chun-Li (Este aqui está na lista dos piores que eu já assisti em toda a minha vida), Alone in The Dark e Super Mario Bros (Sim, existe um filme sobre os irmãos encanadores e é uma merda).
Voltando ao assunto: Faz pouco tempo que a segunda temporada de The Walking Dead acabou. A seguir, você se deparará (essa conjugação do verbo "deparar" soa engraçado) com uma espécie de análise, misturada com uma retrospectiva do que aconteceu nessas duas temporadas da aclamada e promissora série televisiva da AMC. Acabei de notar que "retrospectiva do que aconteceu" é pleonasmo. Enfim, ignore isso e continue lendo.
Ah, já está suficientemente evidente que, se você ainda não assistiu à todos os episódios lançados até agora, vai se deparar com incontáveis SPOILERS. E você que está começando agora ou ainda pretende ler as HQs, esteja ciente de que existem alguns spoilers (inofensivos) no texto a seguir. Vamos lá.
A Primeira temporada de The Walking Dead foi constítuida de 6 episódios apenas. Um número pequeno, mas o suficiente para nos apresentar a trama e empolgar desde os mais leigos até os fãs do gênero. Como esperado, diversos elementos das HQs foram retirados. Em contrapartida, Frank Darabont (ex-produtor-executivo de TWD) nos ofereceu elementos exclusivos da série televisiva. Os tão amados irmãos Dixon por exemplo, que não aparecem nas HQs, foram, sem sombra de dúvidas, uma ótima adição para a trama. Quem acompanha a mídia impressa, e até quem não acompanha, certamente ficou encantado pela forma como a relação fraterna entre Andrea e Amy fora explorada na série. Na minha opinião, o episódio em que o acampamento é invadido e Amy é mordida, acompanhado da cena em que Andrea precisa atirar em sua própria irmã (na HQ esses acontecimentos não tiveram o mesmo impacto), correspondeu ao melhor e mais chocante momento da primeira temporada. E em segundo lugar, Merle Dixon algemado no topo de um prédio qualquer e a consequente amputação de sua própria mão para não ser devorado vivo. Isso foi genial e com certeza acarreterá muita coisa bacana. Agora, um ponto negativo da temporada de estréia de The Walking Dead: toda aquela baboseira dispensável envolvendo o CDC e o Dr. Jenner. Que season finale horrível!
Olha pra isso, parece até um filme do Michal Bay
Já a segunda temporada teve 13 episódios e foi dividida em 2 partes. A primeira parte foi o ponto mais baixo de toda a série. Isso só aconteceu porque os roteiristas tiveram a brilhante (só que ao contrário) ideia de fazer a Sophia se perder do grupo. A primeira parte da segunda temporada basicamente se resumiu a: todos ficarem preocupados e passarem um bom tempo procurando a menina — é incrível de tão absurdo ver como eles tem esperança de encontrar viva uma garota indefesa perdida há vários dias num mundo tomado por mortos-vivos —, Shane compravando o seu lado "filho da puta" e nos dando motivos para desejar sua morte cada vez mais (principalmente depois de "sacrificar" Otis) e Dale, Andrea, Lori e Carl causando raiva nos telespectadores por serem, respectivamente, um velho chato e moralista (totalmente diferente do Dale dos quadrinhos), uma vadia, outra vadia ainda maior e um moleque bundão. "Pretty Much Dead Already" foi o último episódio antes da série entrar em hiato e acabou, de uma só vez, com as questões de "o que fazer com os zumbis presos no palheiro?" e "onde diabos está Sophia?". Em outras palavras, a chatice teve fim.
Atirar em crianças zumbificadas é o passatempo predileto do xerife
Em fevereiro desse ano, a série voltou com tudo, no sentido bom e no sentido ruim. O dilema de matar ou dar uma chance ao prisioneiro Randall foi o estopim para a maioria dos acontecimentos da segunda parte da segunda temporada. Fiquei supreso e igualmente puto com a morte de Dale. Os roteiristas cagaram nessa parte e não há o que discutir. Se pelo menos a morte dele fosse decente, mas não, não basta evitar a mordida de um zumbi que aparece DO NADA, agora também é preciso tomar cuidado com seus braços extremamente fortes e unhas afiadas, capazes de rasgar barrigas e intestinos — "troféu joinha" pra quem escreveu essa cena. Outra, se enganou quem achava que a relação amorosa entre Dale e Andrea iria acontecer na série igual acontece nos quadrinhos. A morte do velho também comprometeu a passagem do arco dos canibais (edições #61 até #66) pra TV, já que Dale era o protagonista.
Obs: Carl, seu merdinha, a culpa foi SUA.
Em compensação, vale destacar a forma de como os roteiristas trabalharam com o personagem Shane nos últimos episódios da segunda temporada. Nos quadrinhos, Shane morre relativamente "cedo". E o melhor, Carl é o responsável pela sua morte. Na série, o personagem vive bem mais e mesmo que o seu fim era esperado pela maioria de nós, o personagem interpretado por Jon Bernthal deixou saudades ao morrer, duas vezes, em "Better Angels" (que pode ser facilmente considerado como o melhor episódio até agora).
"Me dá um beijinho, vai!"
Em compensação, vale destacar a forma de como os roteiristas trabalharam com o personagem Shane nos últimos episódios da segunda temporada. Nos quadrinhos, Shane morre relativamente "cedo". E o melhor, Carl é o responsável pela sua morte. Na série, o personagem vive bem mais e mesmo que o seu fim era esperado pela maioria de nós, o personagem interpretado por Jon Bernthal deixou saudades ao morrer, duas vezes, em "Better Angels" (que pode ser facilmente considerado como o melhor episódio até agora).
Felizmente, a season finale da segunda temporada foi diferente do fiasco da primeira. Para a nossa alegria — juro que isso não foi um menção àquele video viral —, uma horda ENORME de zumbis, ataca a fazenda. Patricia e Jimmy (quem era esse cara?), os personagens mais descartáveis, morreram, faltando só a loirinha bonitinha lá. O treiler de Dale ficou pra trás (porra, eles querem que a gente esqueça de vez do personagem, né?) e Hershel, que não queria sair da fazenda, fez cheat de munição infinita pra tentar conter a horda. Acabou que os sobreviventes abandonaram a fazenda. Menos Andrea, que depois foi salva por ninguém menos que: MICHONNE!
Se você nunca leu os quadrinhos e acha o Daryl fodão, espere até Michonne aparecer de verdade. Ela fará o caipira motoqueiro parecer uma menininha escoteira de tão foda! Danai Gurira já foi confirmada como a atriz que viverá a Michonne e, sinceramente, eu adorei a escolha! Antes de receber a notícia, eu apostava na atriz Tracie Thoms, que provou ser durona o bastante em Death Proof (do Tarantino, fica a dica pra quem ainda não assistiu) pra interpretar a mulher mais adorada e letal de The Walking Dead. Vendo as imagens da Danai Gurira, eu posso dizer com entusiasmo que ela é a escolha perfeita para o papel, pelos seus traços bem africanos e aparência de mulher forte e vingativa, exatamente tudo o que os fãs esperam de Michonne.
C-A-R-A-L-H-O.
Se você nunca leu os quadrinhos e acha o Daryl fodão, espere até Michonne aparecer de verdade. Ela fará o caipira motoqueiro parecer uma menininha escoteira de tão foda! Danai Gurira já foi confirmada como a atriz que viverá a Michonne e, sinceramente, eu adorei a escolha! Antes de receber a notícia, eu apostava na atriz Tracie Thoms, que provou ser durona o bastante em Death Proof (do Tarantino, fica a dica pra quem ainda não assistiu) pra interpretar a mulher mais adorada e letal de The Walking Dead. Vendo as imagens da Danai Gurira, eu posso dizer com entusiasmo que ela é a escolha perfeita para o papel, pelos seus traços bem africanos e aparência de mulher forte e vingativa, exatamente tudo o que os fãs esperam de Michonne.
Danai Gurira a equerda e Tracie Thoms a direita
Outro personagem que também foi confirmado para a série é O Governador. Ele nem é nada demais, apenas é o meu vilão favorito de todos os tempos, só isso. Esse personagem é tão complexo e absurdamente insano, que Robert Kirkman escreveu uma novel totalmente dedicada a ele. "The Walking Dead: A Ascensão do Governador", assim como título sugere, conta a história d'O Governador, respondendo perguntas como quem é aquela garotinha zumbi que ele mantém viva e como ele se tornou líder de Woodbury (aliás, acho que é dessa comunidade que o Randall veio e tanto falava). E para a série, escalaram o ator David Morissey, mais um britânico, pro papel. Isso não foi muito empolgante. Talvez com uma boa caracterização e uma atuação impecável (é o mínimo que ele deve fazer para um personagem tão especial, embora eu não conheça os seus trabalhos como ator), Morissey consiga fazer um bom trabalho, não é mesmo? É esperar pra ver.
O Governador e Michonne protagonizam, na minha opinião de leitor casual, uma das cenas mais incríveis de toda a história dos quadrinhos (tá tudo lá na edição #33) e, infelizmente, tenho certeza de que, ou vão retirar essa parte ou vão deixa-lá mais "leve" pro público, e assim passar na TV.
O Governador e Michonne protagonizam, na minha opinião de leitor casual, uma das cenas mais incríveis de toda a história dos quadrinhos (tá tudo lá na edição #33) e, infelizmente, tenho certeza de que, ou vão retirar essa parte ou vão deixa-lá mais "leve" pro público, e assim passar na TV.
Será que vai dar certo?
É isso aí, parece que The Walking Dead está finalmente encontrando o seu rumo. A terceira temporada promete, e muito! Eis os porquês:
-Agora todos sabem que carregam o vírus e que morrer, não importa como, já é o suficiente para se tornar um zumbi;
-Rick assume definitivamente a liderança do grupo;
-Michonne dá as caras (ou quase, por causa do capuz);
-A tão aguardada prisão será o próximo refúgio do grupo;
-Merle Dixon, agora sem uma das mãos, vai aparecer (tenho quase certeza que ele fará parte de Woodbury) e;
-Teremos a introdução d'O Governador, pra provar a nós e ao grupo de Rick que os zumbis são um problema pequeno, quando comparados a mente de um lunático.
Devo dizer que só faltou uma coisa pra essa terceira temporada ser perfeita: o Tyreese. Na verdade, eu já me acostumei com a teoria de que Tyreese fora "dividido" em Daryl e T-Dog , e, por conta disso, acho improvável que o adorado personagem apareça na série. Falando nisso, vi muita gente reclamando e desejando a morte do Theodore Douglas (daí o apelido T-Dog) por ele ser inútil. Eu concordo que ele apareceu menos do que o sofá do Hershel, entretanto, lembre-se que foi o T-Dog que derrubou a chave da algema do Merle (prevejo tretas). Tá aí, mais um motivo pra próxima temporada ser animal!
T-Dog de martelinho + Daryl, o novo braço direito de Rick = Tyreese
A falta de fidelidade com o enredo de Kirkman é aceitável - lembrando que a adaptação foi feita para a televisão, um espaço bastante "limitado" se comparado com os quadrinhos. Isso também evita gente chata de dizer "Eu li a hq então sei tudinho o que vai acontecer no seriado", além de surpreender (ou decepcionar) até mesmo quem já conhece o destino do xerife Rick Grimes e de seu grupo de sobreviventes. Afinal, "Uma obra adaptada não é um obra transcrita". Mas se fosse, não nego que seria foda pra caralho!
E você, o que está achando da série?