The Walking Dead - Uma Retrospectiva meia boca e algumas considerações

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 Você deve se lembrar que lá pro finalzinho de 2010, quando anunciaram que uma série televisiva sobre zumbis estava por vir, muita gente ficou ansiosa pra ver o negócio. A curiosidade sobre The Walking Dead, me levou à descoberta da sensacional graphic novel homônima, de Robert Kirkman.

 Sou um leitor casual de histórias em quadrinhos. Após um tempo apreciando alguns materiais da Marvel (The Amazing Spider Man principalmente), eu já estava em busca de algo diferente, mais adulto. Como entusiasta de qualquer coisa que envolva zumbis — existe alguém que não é? Ok, existe sim —, deixei meus super-heróis e "mergulhei" no mundo pós-apocalíptico de The Walking Dead. E olha, caro leitor, não me arrependo nem um pouco de ter feito isso! 


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Como aqui no Japão não vendem as revistas físicas,
fiquei com as digitais mesmo - valeu piratebay!


 Devorei umas 70 edições dos quadrinhos (e ainda acompanho) antes mesmo do episódio piloto da série ir ao ar. Não sei se isso foi um boa escolha, já que adaptações normalmente não agradam os fãs do material original. Isso acontece direto com filmes baseados em livros, quadrinhos, jogos ou até remakes. Salvo inúmeras exceções, claro.

 Aliás, produzir filmes inspirados em jogos que marcaram a nossa infância deveria ser tido como crime. De cabeça eu consigo citar algumas porcarias como Street Fighter: A Última Batalha, Street Fighter: A Lenda de Chun-Li (Este aqui está na lista dos piores que eu já assisti em toda a minha vida), Alone in The Dark e Super Mario Bros (Sim, existe um filme sobre os irmãos encanadores e é uma merda).

 Voltando ao assunto: Faz pouco tempo que a segunda temporada de The Walking Dead acabou. A seguir, você se deparará (essa conjugação do verbo "deparar" soa engraçado) com uma espécie de análise, misturada com uma retrospectiva do que aconteceu nessas duas temporadas da aclamada e promissora série televisiva da AMC.  Acabei de notar que "retrospectiva do que aconteceu" é pleonasmo. Enfim, ignore isso e continue lendo.

 Ah, já está suficientemente evidente que, se você ainda não assistiu à todos os episódios lançados até agora, vai se deparar com incontáveis SPOILERS. E você que está começando agora ou ainda pretende ler as HQs, esteja ciente de que existem alguns spoilers (inofensivos) no texto a seguir. Vamos lá.

A Primeira temporada de The Walking Dead foi constítuida de 6 episódios apenas. Um número pequeno, mas o suficiente para nos apresentar a trama e empolgar desde os mais leigos até os fãs do gênero. Como esperado, diversos elementos das HQs foram retirados. Em contrapartida, Frank Darabont (ex-produtor-executivo de TWD) nos ofereceu elementos exclusivos da série televisiva. Os tão amados irmãos Dixon por exemplo, que não aparecem nas HQs, foram, sem sombra de dúvidas, uma ótima adição para a trama. Quem acompanha a mídia impressa, e até quem não acompanha, certamente ficou encantado pela forma como a relação fraterna entre Andrea e Amy fora explorada na série. Na minha opinião, o episódio em que o acampamento é invadido e Amy é mordida, acompanhado da cena em que Andrea precisa atirar em sua própria irmã (na HQ esses acontecimentos não tiveram o mesmo impacto), correspondeu ao melhor e mais chocante momento da primeira temporada. E em segundo lugar, Merle Dixon algemado no topo de um prédio qualquer e a consequente amputação de sua própria mão para não ser devorado vivo. Isso foi genial e com certeza acarreterá muita coisa bacana. Agora, um ponto negativo da temporada de estréia de The Walking Dead: toda aquela baboseira dispensável envolvendo o CDC e o Dr. Jenner. Que season finale horrível!

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Olha pra isso, parece até um filme do Michal Bay

 Já a segunda temporada teve 13 episódios e foi dividida em 2 partes. A primeira parte foi o ponto mais baixo de toda a série. Isso só aconteceu porque os roteiristas tiveram a brilhante (só que ao contrário) ideia de fazer a Sophia se perder do grupo. A primeira parte da segunda temporada basicamente se resumiu a: todos ficarem preocupados e passarem um bom tempo procurando a menina — é incrível de tão absurdo ver como eles tem esperança de encontrar viva uma garota indefesa perdida há vários dias num mundo tomado por mortos-vivos —, Shane compravando o seu lado "filho da puta" e nos dando motivos para desejar sua morte cada vez mais (principalmente depois de "sacrificar" Otis) e Dale, Andrea, Lori e Carl causando raiva nos telespectadores por serem, respectivamente, um velho chato e moralista (totalmente diferente do Dale dos quadrinhos), uma vadia, outra vadia ainda maior e um moleque bundão. "Pretty Much Dead Already" foi o último episódio antes da série entrar em hiato e acabou, de uma só vez, com as questões de "o que fazer com os zumbis presos no palheiro?" e "onde diabos está Sophia?". Em outras palavras, a chatice teve fim.


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Atirar em crianças zumbificadas é o passatempo predileto do xerife

 Em fevereiro desse ano, a série voltou com tudo, no sentido bom e no sentido ruim.  O dilema de matar ou dar uma chance ao prisioneiro Randall foi o estopim para a maioria dos acontecimentos da segunda parte da segunda temporada. Fiquei supreso e igualmente puto com a morte de Dale. Os roteiristas cagaram nessa parte e não há o que discutir. Se pelo menos a morte dele fosse decente, mas não, não basta evitar a mordida de um zumbi que aparece DO NADA, agora também é preciso tomar cuidado com seus braços extremamente fortes e unhas afiadas, capazes de rasgar barrigas e intestinos — "troféu joinha" pra quem escreveu essa cena. Outra, se enganou quem achava que a relação amorosa entre Dale e Andrea iria acontecer na série igual acontece nos quadrinhos. A morte do velho também comprometeu a passagem do arco dos canibais (edições #61 até #66) pra TV, já que Dale era o protagonista.
Obs: Carl, seu merdinha, a culpa foi SUA.


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 "Me dá um beijinho, vai!"

 Em compensação, vale destacar a forma de como os roteiristas trabalharam com o personagem Shane nos últimos episódios da segunda temporada. Nos quadrinhos, Shane morre relativamente "cedo". E o melhor, Carl é o responsável pela sua morte. Na série, o personagem vive bem mais e mesmo que o seu fim era esperado pela maioria de nós, o personagem interpretado por Jon Bernthal deixou saudades ao morrer, duas vezes, em "Better Angels" (que pode ser facilmente considerado como o melhor episódio até agora).

 Felizmente, a season finale da segunda temporada foi diferente do fiasco da primeira. Para a nossa alegria — juro que isso não foi um menção àquele video viral —, uma horda ENORME de zumbis, ataca a fazenda. Patricia e Jimmy (quem era esse cara?), os personagens  mais descartáveis, morreram, faltando só a loirinha bonitinha lá. O treiler de Dale ficou pra trás (porra, eles querem que a gente esqueça de vez do personagem, né?) e Hershel, que não queria sair da fazenda, fez cheat de munição infinita pra tentar conter a horda. Acabou que os sobreviventes abandonaram a fazenda. Menos Andrea, que depois foi salva por ninguém menos que: MICHONNE!
 
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C-A-R-A-L-H-O.

Se você nunca leu os quadrinhos e acha o
Daryl fodão, espere até Michonne aparecer de verdade. Ela fará o caipira motoqueiro parecer uma menininha escoteira de tão foda! Danai Gurira já foi confirmada como a atriz que viverá a Michonne e, sinceramente, eu adorei a escolha! Antes de receber a notícia, eu apostava na atriz Tracie Thoms, que provou ser durona o bastante em Death Proof (do Tarantino, fica a dica pra quem ainda não assistiu) pra interpretar a mulher mais adorada e letal de The Walking Dead. Vendo as imagens da Danai Gurira, eu posso dizer com entusiasmo que ela é a escolha perfeita para o papel, pelos seus traços bem africanos e aparência de mulher forte e vingativa, exatamente tudo o que os fãs esperam de Michonne.

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 Danai Gurira a equerda e Tracie Thoms a direita

  Outro personagem que também foi confirmado para a série é O Governador. Ele nem é nada demais, apenas é o meu vilão favorito de todos os tempos, só isso. Esse personagem é tão complexo e absurdamente insano, que Robert Kirkman escreveu uma novel totalmente dedicada a ele. "The Walking Dead: A Ascensão do Governador", assim como título sugere, conta a história d'O Governador, respondendo perguntas como quem é aquela garotinha zumbi que ele mantém viva e como ele se tornou líder de Woodbury (aliás, acho que é dessa comunidade que o Randall veio e tanto falava).  E para a série, escalaram o ator David Morissey, mais um britânico, pro papel. Isso não foi muito empolgante. Talvez com uma boa caracterização e uma atuação impecável (é o mínimo que ele deve fazer para um personagem tão especial, embora eu não conheça os seus trabalhos como ator), Morissey consiga fazer um bom trabalho, não é mesmo? É esperar pra ver.

O Governador e Michonne protagonizam, na minha opinião de leitor casual, uma das cenas mais incríveis de toda a história dos quadrinhos (tá tudo lá na edição #33) e, infelizmente, tenho certeza de que, ou vão retirar essa parte ou vão deixa-lá mais "leve" pro público, e assim passar na TV.
 
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Será que vai dar certo?

É isso aí, parece que The Walking Dead está finalmente encontrando o seu rumo. A terceira temporada promete, e muito! Eis os porquês:
-Agora todos sabem que carregam o vírus e que morrer, não importa como, já é o suficiente para se tornar um zumbi;
-Rick assume definitivamente a liderança do grupo;
-Michonne dá as caras (ou quase, por causa do capuz);
-A tão aguardada prisão será o próximo refúgio do grupo;
-Merle Dixon, agora sem uma das mãos, vai aparecer (tenho quase certeza que ele fará parte de Woodbury) e;
 -Teremos a introdução d'O Governador, pra provar a nós e ao grupo de Rick que os zumbis são um problema pequeno, quando comparados a mente de um lunático.

 Devo dizer que só faltou uma coisa pra essa terceira temporada ser perfeita: o Tyreese. Na verdade, eu já me acostumei com a teoria de que Tyreese fora "dividido" em Daryl e T-Dog , e, por conta disso, acho improvável que o adorado personagem apareça na série. Falando nisso, vi muita gente reclamando e desejando a morte do Theodore Douglas (daí o apelido T-Dog) por ele ser inútil. Eu concordo que ele apareceu menos do que o sofá do Hershel, entretanto, lembre-se que foi o T-Dog que derrubou a chave da algema do Merle (prevejo tretas). Tá aí, mais um motivo pra próxima temporada ser animal!



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T-Dog de martelinho + Daryl, o novo braço direito de Rick = Tyreese

 A falta de fidelidade com o enredo de Kirkman é aceitável - lembrando que a adaptação foi feita para a televisão, um espaço bastante "limitado" se comparado com os quadrinhos. Isso também evita gente chata de dizer "Eu li a hq então sei tudinho o que vai acontecer no seriado", além de surpreender (ou decepcionar) até mesmo quem já conhece o destino do xerife Rick Grimes e de seu grupo de sobreviventes. Afinal, "Uma obra adaptada não é um obra transcrita". Mas se fosse, não nego que seria foda pra caralho!



 E você, o que está achando da série?

E a Copa, ein?

 Todos sabem que o Brasil é o país do futebol. O que poucos sabem (ou o que muitos não aceitam) é que ele, infelizmente, ainda não está preparado para sediar um evento tão grandioso quanto a Copa do Mundo.

A tão criticada logomarca agora faz total sentido

 Nosso país tem suas qualidades. É um lugar maravilhoso e rico culturalmente, entretanto, esse fato não compensa a pobreza, a fome, a baixa escolaridade, a criminalidade, entre outros diversos problemas que afligem a nossa população. Problemas estes que poderiam facilmente ser resolvidos (pelo menos em sua maioria), se o governo investisse mais em segurança ou na construção de escolas e hospitais. Tendo consciência disso, não é enfurecedor saber que serão gastos, no mínimo, 5 bilhões de dólares num campeonato de futebol, enquanto ainda existem milhares de crianças sem escola, morando na rua e passando fome?

 Cinco bilhões de dólares. Mesmo com os poucos benefícios que viriam junto à Copa    melhoria nos sistemas de transporte, mair fluxo de turistas e geração de empregos são algumas das promessas  , os problemas existentes ficariam mais uma vez para trás, pois grande parte desse dinheiro será investido de forma errada ou, provavelmente, desviado para o bolso dos famigerados "ladrões de terno e gravata". Ainda mais frustrante (pelo menos para uma parte do povo brasileiro) é que, por não ter estrutura e nem tempo suficiente — faltando apenas dois anos para o mundial, não temos nenhum estádio pronto e as construções estão todas atrasadas — o Brasil corre o risco de ter o papel de sediador da Copa cancelado pela Fifa.

"Governo entrou em campo. Estamos avançando para a Copa."
Aposto que o cara de bike aí no canto da foto deu risada

 Na época em que fora oficializado que o Brasil seria sede da Copa pela segunda vez, obviamente, a nação empolgou-se. Isso porque o povo brasileiro pode reclamar a vida toda das condições do país em que vive, mas quando é época de Copa do Mundo e o assunto é futebol, um Pseudo-patriotismo exagerado surge de repente. Não sou totalmente contra esse tipo de atitude, pelo contrário, creio, em parte, que é compreensível o comportamento do brasileiro de se orgulhar e declarar-se patriota somente quando se trata daquilo que o seu país faz de melhor. Contudo, até mesmo a capacidade da seleção brasileira atual de jogar bem vem sendo questionada, tendo em vista que alguns de nossos jogadores mudam o corte de cabelo com mais frequência do que fazem gols.

Coisa linda, hein?

 Pensando bem, até que seria bom se o Brasil perdesse logo o posto de país-sede da Copa do Mundo de 2014. Por três motivos:
1- Isso evitaria que a nossa pátria ficasse conhecida como vergonha internacional;
2- mostraria para o nosso governo que há problemas maiores a serem resolvidos antes de tentar suportar um evento de tamanha importância;
3- e, principalmente, nos daria a lição de que não é sempre que o "Jeitinho Brasileiro" funciona.

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Mais info:

Passeio em Osaka e Show do Incubus!

 Meu ano começou muito bem. Há um mês e alguns dias atrás, matei aula, visitei a segunda cidade mais legal do Japão e ainda fui ver minha banda favorita ao vivo. E tudo isso aconteceu num só dia: 25 de Janeiro de 2012.

Essa montagem ficou bizarra...

 Já vou deixar avisado aqui que esse texto vai ficar longo. Se você quiser continuar lendo sobre um dos dias mais marcantes na vida desse rapaz a quem vos escreve, fique a vontade! Se não, pode voltar a compartilhar fotos de bebês com câncer e cachorros mutilados no seu Facebook.

 Bom, tudo começou ano passado. Lá estava eu dando uma olhada no site oficial do Incubus quando descubro que eles vão passar pelo Japão durante a turnê de If Not Now, When? (álbum mais recente da banda). "EU VOU NESSA PORRA!" foi o que o meu cérebro me disse quando li a notícia. No entanto, eles só iriam se apresentar em dois lugares: Tokyo e Osaka. Como eu moro em Gifu, Tokyo fica a uns 350km e Osaka a quase 200km de distância da minha casa. Lembrando que eu não tenho carro - nem idade pra dirigir - e que dia 25 ia cair bem no meio da semana, tais obstáculos poderiam, facilmente, fazer com que eu desistisse de ir ao concerto dos talentosos músicos californianos. Só que a minha paixão incondicional por Incubus (pretendo até escrever outros textos dedicados totalmente a banda) falou mais alto!


Tá longe de ser o melhor álbum, mas é bacaninha

 Alguns meses se passaram, tivemos a passagem de 2011 pra 2012 e a ansiedade só crescia. Até que o grande dia chegou! Terça-feira (dia 24) fui pra escola e na quarta as 4:00 da manhã, eu e minha mãezinha já estávamos acordando pra pegar trem. Chegamos em Osaka umas 9:30. Como era bem cedo e não tinha quase nenhuma loja aberta, decidimos então visitar o Castelo de Osaka.

Eu estava me sentindo um personagem de Dinasty Warriors

 Depois de um longo passeio, muitas fotos e até uma rápida visita ao museu que fica dentro do próprio castelo, fomos almoçar. Aqui vai uma dica valiosa pra quem mora ou pretende visitar o Japão: O "Konomyaki" (dá um search aí no Google) de Osaka é, provavelmente, a comida mais gostosa desse país. Depois de encher a pança, era hora de fazer check-in no albergue (Bonsai Guet House: Recomendo fortemente), dar uma descansada, tomar um banho e arrumar as coisas pra noite tão esperada.

Ansiedade? não conheço essa palavra

 Por sorte (você vai entender mais pra frente) eu havia falado pra minha mãe que queria chegar bem cedo lá no Namba Hatch (local do concerto). Deixamos o albergue as 18:30, e as 19:30 já estávamos na frente do Hatch. A entrada estava vazia e eu achei estranho. Entregamos os tickets e já dava pra escutar o finalzinho da música "Adolescents". Ai eu pensei: "legal, eles devem estar passando o som", mas não era isso... Subi as escadas e vi que o show já havia começado :(

NOOOOOOOOOOO!

 Graças as sábias palavras de minha mãe, ao invés de deixar a tristeza tomar conta de mim, eu prometi a mim mesmo que iria aproveitar ao máximo o show e fui passando na frente dos japoneses até ficar bem pertinho do palco. E lá estavam todos eles: Brandon, Mike, Kilmore, Jose e Ben, poucos metros a minha frente! Só de escutar a introzinha de "Consequence", dei um grito eufórico que assustou metade da galera que estava ao meu redor e cantei a música do início ao fim.

 Bastou o riffzinho inicial de "A Crow Left Of The Murder" (que é do album homônimo, estampado na minha camiseta) pra animar totalmente o publico. Apesar dos japoneses serem meio paradões e só abrirem a boca na parte do "It all! It all!" deu pra sentir que eu estava cercado de fãs.

Foto linda! P.S: não foi eu quem tirou

 A setlist estava próxima da perfeição. A banda tem 7 álbums de estúdio - só que o primeiro deles (Fungus Amongus) é tão ruim que o próprio Incubus tenta esquecer que ele existe - e uma compilação de b-sides, portanto, não deve ser fácil agradar os fãs mais exigentes e, ao mesmo tempo, fazer jus ao nome do tour. No entanto, eles conseguiram fazer uma ótima seleção entre as músicas mais antigas e as mais novas! Tivemos o privilégio de pular e cantar ao som de "Circles", "Anna Molly", "Nice to Know You", "Love Hurts", "Glass" (eu enlouqueço só de escutar o comecinho dessa), entre outras. E ainda ainda fomos surpreendidos com "Look Alive", que, por não estar presente em nenhum álbum de estúdio, tinha pouquíssimas chances de ser tocada ao vivo. Eu, particularmente, achei desnecessário "A Kiss to Send Us Off" fazer parte da setlist. "Dig" (single do mesmo álbum) cairia bem melhor! Mas o pior mesmo foi saber que tocaram "Echo" em Tokyo e não decidiram fazer o mesmo em Osaka. Contudo, fomos compensadas com os lindos Jams que antecediam algumas músicas! Era comum ver Brandon deixando o microfone de lado pra tocar tambores, Mike abusando dos pedais e o DJ Kilmore dando show com suas turntables.

Fotos roubadas do site oficial hehe

 Durante um desses jams, nós observávamos admirados, até que, poucos segundos depois, foi possível reconhecer os primeiros acordes de "Are You In?". Nós enlouquecemos! Sendo essa uma das minhas músicas favoritas de todos os tempos, obviamente, não pude conter a emoção. Um clima muito agradável fora criado, parecia que o meu corpo flutuava. Sei lá, ao mesmo tempo em que algumas gotas de lágrimas escorriam pelas minhas bochechas, uma vontade enorme de dançar tomou conta de mim. Os efeitos das luzes, a impecabilidade característica da banda, a voz extrememante primorosa e serena de Brandon Boyd... todos esses elementos combinados resultaram em um dos melhores instantes da minha vida. E tem mais: a banda ainda encaixou um pedaço de "Riders On The Storm" do The Doors no meio de "Are You In?"! A "mesclagem" ficou incrivelmente graciosa, eu nunca imaginei que essas músicas combinariam tanto!
Obs: eu consegui filmar um pouco - igual a um macaco bebâdo, mas filmei -  dessa parte! Aqui ó:


 "Drive", como esperado, foi empolgante. Mike preferiu usar a guitarra e Ben, deixou o baixo de lado, sentou-se e pegou um violão. No último refrão, as luzes foram acessas, Brandon esticou o braço e nos ofereceu o microfone. A banda parou de tocar. E nós, emocionados e de mãos ao alto, repetíamos com ardor e em forma de coro: "Whatever tomorrow brings, I'll be there, with open arms and open eyes". Nunca me senti tão vivo! :'D

 "Wish You Were Here" também foi bastante especial. O famoso refrão, por ser bem fácil (porém significativo), fez com que outro incrível coro se formasse, criando, novamente, aquela sensação agradável. Me emocionei mais uma vez. Assim que a música acabou, a banda se despediu e saiu do palco. Eu, já sem voz, nem sei de onde tirei forças pra gritar junto aos outros fãs que também clamavam por um encore! E, após algum tempo, eles apareceram! Voltaram com "Zee Deveel" (outra grande surpresa) e fecharam a noite com chave de ouro: tocando A "Certain Shade of Green", com as luzes do palco todas em tons verdes (por causa do green, entendeu?)!

"INCUBUS! INCUBUS! INCUBUS!"

 Só de pensar que tive a oportunidade de apreciar um concerto de músicos tão extraordinários, sinto vontade de voltar no tempo e reviver aquela noite! Não é a toa que eles sao considerados os icones do alt rock atual. Cada um dos integrantes do Incubus é um show a parte. Especialmente Brandon Boyd que, em meio a danças, brincadeiras e demonstrações de simpatia e amor para com os fãs a todo o momento, consegue manter sua magnífica voz intacta, variando entre serenidade e gritos expressivos. Brandon, além de ser um admirável cantor, compositor, escritor, artista e filantropo, é um homem de palavra. Explicarei: Em um dos intervalos (não me lembro exatamente qual) entre as músicas, enquanto os fãs japoneses gritavam coisas incompreensíveis em inglês, soltei um "Hey Brandon!" sem ter esperança de que ele iria me escutar. E pra minha surpresa, ele respondeu! Daí a gente começou a conversar! Foi mais ou menos assim:

     -Brandon, follow me on twitter!
     -You want me to follow you on twitter?

 Caramba! Eram mais de mil pessoas olhando para mim e rindo! Respirei fundo e respondi:

     -Yes! please!
     -Alright!
     -Promise?
     -Yeah! Tweet me some good stuff!
     -"Gustavo Kondo" is my name!
     -Gustavo What? COMBO?

 Mais gargalhadas dessa vez, incluindo as minhas!

 Eu me lembro do Summer Sonic (festival de música japonês) do ano passado, no show do Strokes, gritei "I Love you Guys!" e Julian Casablancas respondeu "Yeaaah!". Se apenas isso já foi o suficiente pra me deixar todo feliz, imaginem a minha sensação quando o meu ídolo conversou comigo, prometeu que ia me seguir no Twitter e ainda tirou sarro com o meu sobrenome!

 No fim da noite, veio aquela terrível sensação pós-show. Não sei se isso acontece só comigo, mas eu sempre fico meio chateado e triste quando um ótimo concerto acaba e também puto por não existir algo como uma máquina do tempo. E dessa vez foi bem pior, eu fiquei MUITO mal. Parecia que não tinha acontecido de tão bom que foi! Sem contar que eu fiquei pensando se Brandon iria cumprir a promessa. Até que, uma semana depois (no dia 3 de fevereiro), @mybrandonboyd aproveitou um de seus raros tempos livres pra responder os fãs no Twitter e olhem aí no que deu:

holy... shit.

 PUTA MERDA! Eu quase explodi de tanta felicidade! Até hoje, de vez em quando, eu dou uma olhadinha nos meus followers pra ter certeza de que isso aconteceu de verdade. O BRANDON BOYD TÁ ME SEGUINDO NO TWITTER, cara. Sem mais comentários.

 Quanto ao meu atraso, uma parte da culpa fica com os administradores do IncubusHQ, que colocaram 21:00 como horário de início (que na verdade era às 18:00). Isso é quase que imperdoável! E a outra metade fica comigo mesmo por não ter checado os horários impressos no ingresso. Que droga! Eu sempre me imaginei cantando os versos de "Pardon Me" ao vivo, e quando tive minha oportunidade, eu chego atrasado... Peraê! Por que eu tô reclamando, né? aconteceu tanta coisa boa que isso é o de menos!

Isso aê tá pendurado aqui na parede do meu quarto. Nunca esquecerei desse dia!

 Finalizando: Numa escala de 0 a 10 eu dou nota 11 pra noite em geral, desde a iluminação e ambiente até a performance da banda. Até quem não é fã ou só conhece as músicas mais famosas iria amar a apresentação! Como eu já disse antes, o grupo todo é impecável. Dá pra sentir que eles estão ali não apenas pelo dinheiro - diferente da maioria das bandas de hoje em dia - mas, principalmente, pela paixão em fazer música (estão sempre sorrindo e dançando) e pelo compromisso com os fãs (eu que o diga). Até então, minha experiência em relação a concertos era limitada a festivais, portanto, fico feliz por minha primeira vez num show "de verdade" ter sido justamente com essa banda maravilhosa. Dessa forma, o meu amor por Incubus só tende a aumentar! Ah, e Osaka é um ótimo lugar pra passear!

 Agora, se me dão licença, vou dar uma conferida nos meus followers do twitter, porque eu ainda não acredito que o Brandon tá me seguindo.

 
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