Faz alguns meses que um peculiar refrão grudou na cabeça dos brasileiros. "Ai se eu te pego" é a nova música mais cantada no Brasil. E a mais odiada também.
Nós, com certeza, já nos deparamos com isso antes: grupos musicais ou artistas genéricos (desconhecidos até então) fazem um sucesso estrondoso por conta de uma música que mais parece um vírus auditivo, pois, se você escutou, você está contaminado. A mídia ainda faz questão de espalhar essa doença para todo o país. Eles empurram esse lixo sonoro para dentro de nossos ouvidos, geralmente através da Televisão (trilhas sonoras de novelas ou apresentações em programas de auditório) e do rádio.
Uma coisa é certa: "Ai se eu te pego" está longe de ser a pior coisa que o brasil já produziu e exportou. Apesar de também terem feito bastante sucesso e possuir o mesmo efeito "neuro-adesivo", materiais (os quais me recuso a chamar de música) como "Tô ficando atoladinha" ou "Na boquinha da garrafa" eram inúmeras vezes piores do que o hino das baladas sertanejas composto por Michel Teló. Piores porque, diferentemente de "Ai se eu te pego", tais materiais expressavam, de forma quase que explícita, em suas letras, ideias machistas e bizarrices com forte conotação sexual. O maior sucesso de Teló beira a vulgaridade, mas não tem nada daquilo de "Sacanagem disfarçada" - Lembra de quando a sua priminha de 12 anos começava a cantar que ia "se atolar na areia", "passar cerol na mão" ou "descer até boquinha da garrafa" e te deixava todo constrangido? - presente na maioria das músicas de funk ou de axé. "Ai se eu te pego" não passa de uma narrativa sobre o dia-a-dia dos baladeiros, tirando o fato de que o protagonista parece não ter noção alguma, pois chamar um garota de delícia e expressar publicamente sua vontade em "pegá-lá" é a maneira mais ridícula de tentar conquistar uma mulher. Sem contar que tais atitudes equivalem a um pedido de tapa na cara.
Vai ser difícil evitar a onipresença dessa maldita canção, entretanto, o melhor que temos a fazer é entender e aceitar que não é a primeira e nem a última vez que isso acontece, afinal, porcarias fazem sucesso o tempo todo, em qualquer lugar e desde sempre. Portanto, se você também faz parte da minoria que retirou palavras como "nossa" e "delícia" do seu vocabulário só para que nenhum babaca venha completar a frase com um "assim você me mata" cantarolado, aguarde, porque não falta muito para que Michel Teló e sua praga desapareçam.
O único problema é que quando a música "Ai se eu te pego" finalmente cair no esquecimento, ou melhor, quando o tempo nos curar de mais vírus auditivo, um novo hit surgirá e tomará conta das rádios logo em seguida. E para 2012, eu aposto na "Dança do Fim do Mundo".
Nós, com certeza, já nos deparamos com isso antes: grupos musicais ou artistas genéricos (desconhecidos até então) fazem um sucesso estrondoso por conta de uma música que mais parece um vírus auditivo, pois, se você escutou, você está contaminado. A mídia ainda faz questão de espalhar essa doença para todo o país. Eles empurram esse lixo sonoro para dentro de nossos ouvidos, geralmente através da Televisão (trilhas sonoras de novelas ou apresentações em programas de auditório) e do rádio.
Uma coisa é certa: "Ai se eu te pego" está longe de ser a pior coisa que o brasil já produziu e exportou. Apesar de também terem feito bastante sucesso e possuir o mesmo efeito "neuro-adesivo", materiais (os quais me recuso a chamar de música) como "Tô ficando atoladinha" ou "Na boquinha da garrafa" eram inúmeras vezes piores do que o hino das baladas sertanejas composto por Michel Teló. Piores porque, diferentemente de "Ai se eu te pego", tais materiais expressavam, de forma quase que explícita, em suas letras, ideias machistas e bizarrices com forte conotação sexual. O maior sucesso de Teló beira a vulgaridade, mas não tem nada daquilo de "Sacanagem disfarçada" - Lembra de quando a sua priminha de 12 anos começava a cantar que ia "se atolar na areia", "passar cerol na mão" ou "descer até boquinha da garrafa" e te deixava todo constrangido? - presente na maioria das músicas de funk ou de axé. "Ai se eu te pego" não passa de uma narrativa sobre o dia-a-dia dos baladeiros, tirando o fato de que o protagonista parece não ter noção alguma, pois chamar um garota de delícia e expressar publicamente sua vontade em "pegá-lá" é a maneira mais ridícula de tentar conquistar uma mulher. Sem contar que tais atitudes equivalem a um pedido de tapa na cara.
Vai ser difícil evitar a onipresença dessa maldita canção, entretanto, o melhor que temos a fazer é entender e aceitar que não é a primeira e nem a última vez que isso acontece, afinal, porcarias fazem sucesso o tempo todo, em qualquer lugar e desde sempre. Portanto, se você também faz parte da minoria que retirou palavras como "nossa" e "delícia" do seu vocabulário só para que nenhum babaca venha completar a frase com um "assim você me mata" cantarolado, aguarde, porque não falta muito para que Michel Teló e sua praga desapareçam.
O único problema é que quando a música "Ai se eu te pego" finalmente cair no esquecimento, ou melhor, quando o tempo nos curar de mais vírus auditivo, um novo hit surgirá e tomará conta das rádios logo em seguida. E para 2012, eu aposto na "Dança do Fim do Mundo".